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Conselhos para dormir bem com Parkinson

  • Foto do escritor: Ariely Teotonio Borges
    Ariely Teotonio Borges
  • 23 de out. de 2024
  • 3 min de leitura

A qualidade do sono é essencial para recarregar nosso corpo e nossa mente, mas para quem vive com a doença de Parkinson (DP), o sono pode ser ainda mais desafiador. Alterações no cérebro, sintomas da doença e até os próprios medicamentos podem interferir no descanso, tornando o problema uma realidade comum. A boa notícia é que, com algumas estratégias e ajustes na rotina, é possível melhorar significativamente a qualidade do sono.

Vamos explorar algumas dicas práticas para ajudar quem convive com Parkinson a ter um sono mais tranquilo e restaurador.

Como o Parkinson afeta o sono?

A doença de Parkinson provoca mudanças no sistema nervoso que podem desregular o ciclo do sono. Os sintomas, como tremores, rigidez muscular e movimentos involuntários, podem surgir durante a noite, interrompendo o descanso. Além disso, a dificuldade para se movimentar na cama e a dor podem se intensificar quando os efeitos dos medicamentos diminuem durante a noite.

Outro fator é a depressão e ansiedade, que são comuns em quem tem Parkinson e podem impactar diretamente a qualidade do sono. Distúrbios do sono, como o transtorno comportamental do sono REM (quando a pessoa movimenta o corpo durante os sonhos) e o síndrome das pernas inquietas, também são frequentes em pessoas com Parkinson.

Dicas para melhorar o sono com Parkinson

1. Estabeleça uma rotina de sono

Manter horários regulares para dormir e acordar é essencial para regular o relógio biológico. Ir para a cama e levantar-se todos os dias no mesmo horário, inclusive nos finais de semana, pode ajudar a melhorar a qualidade do sono.

2. Evite cochilos longos durante o dia

Limitar cochilos diurnos a, no máximo, 30 minutos e evitar dormir à tarde pode ajudar a garantir uma noite de sono mais profunda e contínua.

3. Reduza o consumo de cafeína e estimulantes

Café, chá e refrigerantes com cafeína devem ser evitados no período da tarde e noite, já que esses estimulantes podem dificultar o relaxamento necessário para adormecer.

4. Crie um ambiente propício para o sono

O ambiente onde você dorme deve ser confortável e relaxante. Reduza a luminosidade e evite o uso de dispositivos eletrônicos, como TV, celular ou tablet, pelo menos uma hora antes de dormir. Se necessário, use máscaras de dormir ou cortinas blackout para bloquear a luz.

5. Cuidado com o excesso de líquidos à noite

Para evitar acordar várias vezes durante a noite para ir ao banheiro, limite o consumo de líquidos algumas horas antes de deitar.

6. Faça exercícios físicos regularmente

A prática de exercícios físicos regulares, como caminhadas ou alongamentos, é fundamental para melhorar a qualidade do sono e reduzir a ansiedade. Prefira fazer atividades físicas pela manhã ou no início da tarde, pois exercícios intensos à noite podem atrapalhar o sono.

7. Melhore a segurança no quarto

Pessoas com Parkinson podem ter dificuldades para se movimentar durante a noite. Instalar grades de segurança na cama, usar colchões baixos e optar por lençóis de cetim ou seda pode facilitar os movimentos e reduzir o risco de quedas.

8. Controle os sintomas noturnos

Converse com o seu médico sobre os medicamentos que podem ajudar a controlar os sintomas da DP durante a noite. Às vezes, o ajuste na dosagem de medicamentos como a levodopa ou o uso de melatonina pode ajudar a reduzir os despertares noturnos e melhorar a qualidade do sono.


idosa com Parkinson dormindo bem
Como dormir bem tendo Parkinson

Tratar distúrbios do sono

Além das mudanças na rotina, é importante tratar eventuais distúrbios do sono que podem surgir com a doença de Parkinson.

1. Apneia do sono

Se houver suspeita de apneia do sono, em que há interrupções repetidas na respiração durante o sono, o médico pode recomendar o uso de uma máquina de pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP), que ajuda a manter as vias respiratórias abertas.

2. Síndrome das pernas inquietas (SPI)

Para quem sofre de síndrome das pernas inquietas, medicamentos como agonistas da dopamina ou até o uso de suplementos como ferro podem ajudar a reduzir os sintomas e promover um sono mais tranquilo.

3. Transtorno do sono REM

No transtorno comportamental do sono REM, em que a pessoa pode agir durante os sonhos, medicamentos como clonazepam ou melatonina são usados para controlar esses movimentos.


Quando buscar ajuda médica?

Se, apesar de seguir essas dicas, os problemas de sono persistirem ou piorarem, é fundamental conversar com o médico. O tratamento adequado e o ajuste de medicamentos podem fazer uma grande diferença na qualidade do sono e na qualidade de vida de quem vive com Parkinson.


Dormir bem é uma parte fundamental para o bem-estar de qualquer pessoa, mas especialmente para quem vive com Parkinson. Com algumas mudanças no estilo de vida, ajustes no ambiente de sono e tratamento adequado, é possível alcançar noites mais tranquilas e revigorantes.

Se você ou alguém que você conhece enfrenta dificuldades para dormir devido ao Parkinson, procure ajuda médica para explorar as melhores opções de tratamento.



Fontes:

  • Mayo Clinic

  • American Parkinson Disease Association

  • Cleveland Clinic

  • MedlinePlus

  • National Institute on Aging

 
 
 

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