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AVC isquêmico: o que é, sintomas, diagnóstico e como tratar

  • Foto do escritor: Ariely Teotonio Borges
    Ariely Teotonio Borges
  • 11 de set. de 2024
  • 4 min de leitura

O AVC isquêmico, ou Acidente Vascular Cerebral isquêmico, é uma condição grave em que o fluxo sanguíneo para uma área do cérebro é interrompido. Isso ocorre quando um coágulo ou uma placa de gordura bloqueia uma artéria cerebral, impedindo que o oxigênio chegue às células nervosas. O resultado? Danos ao cérebro que podem comprometer a fala, o movimento e até a cognição.

Esse é o tipo mais comum de AVC, representando cerca de 85% dos casos. Se não for tratado rapidamente, pode deixar sequelas permanentes. Por isso, é fundamental entender os sinais de alerta e agir o mais rápido possível. Vamos explorar mais sobre o que causa o AVC isquêmico, seus sintomas, e o que fazer em caso de emergência.


O que causa o AVC isquêmico?

O AVC isquêmico acontece quando uma artéria no cérebro fica bloqueada. Mas o que pode levar a esse bloqueio? Existem dois mecanismos principais:

  • Embolia: Um coágulo formado em outra parte do corpo (geralmente no coração) se desloca até o cérebro, bloqueando a artéria cerebral.

  • Aterosclerose: Acúmulo de placas de gordura nas paredes das artérias que podem se romper, formando um coágulo no local e impedindo o fluxo de sangue.

Essas situações são mais comuns em pessoas que têm doenças cardíacas, pressão alta descontrolada, diabetes e colesterol alto. Mas outros fatores também podem contribuir, como arritmias cardíacas (batimentos irregulares do coração) e distúrbios de coagulação.

Em casos mais raros, o AVC isquêmico pode ser causado por pressão arterial extremamente baixa, o que reduz o fluxo de sangue para o cérebro.


Fatores de risco

O AVC isquêmico pode afetar qualquer pessoa, mas o risco aumenta com a idade. Além disso, algumas condições aumentam significativamente a chance de uma pessoa sofrer um AVC. Entre os fatores de risco mais comuns estão:

  • Hipertensão arterial (pressão alta) não controlada

  • Diabetes

  • Colesterol alto

  • Fibrilação atrial (um tipo de arritmia)

  • Histórico familiar de AVC

  • Tabagismo

  • Sedentarismo

Pessoas com menos de 50 anos também podem sofrer um AVC isquêmico, especialmente aquelas que têm enxaqueca, fazem uso abusivo de drogas ou consomem bebidas energéticas com frequência.


Como reconhecer os sintomas de um AVC isquêmico?

Os sintomas do AVC isquêmico aparecem de forma súbita. Entre os sinais mais comuns, temos:

  • Fraqueza ou dormência em um lado do corpo (braço, perna ou rosto)

  • Dificuldade para falar ou entender o que está sendo dito

  • Perda de visão em um ou ambos os olhos

  • Tontura ou perda de equilíbrio

  • Dor de cabeça forte e repentina

As mulheres podem apresentar sintomas adicionais, como desmaios, dificuldade para respirar, confusão mental, e mudanças comportamentais repentinas. Se notar qualquer um desses sinais, procure ajuda médica imediatamente.


AVC isquêmico- O Que é, Sintomas, Diagnóstico e Como Tratar
AVC isquêmico

Diagnóstico do AVC isquêmico

Quando uma pessoa chega ao hospital com suspeita de AVC, a equipe médica deve agir rapidamente. O primeiro passo é realizar uma tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM) para determinar se o AVC é isquêmico ou hemorrágico (causado por sangramento no cérebro). Esse exame é crucial, pois o tratamento para cada tipo de AVC é diferente.

Além da imagem do cérebro, outros exames são feitos para investigar a causa do AVC, como:

  • Hemograma completo

  • Exames de coagulação

  • Eletrocardiograma (ECG) para verificar problemas cardíacos

  • Ecocardiograma para avaliar o coração

Esses exames ajudam os médicos a identificar a origem do problema e definir o melhor tratamento.


Tratamento: o que fazer na fase aguda do AVC isquêmico?

O tratamento do AVC isquêmico precisa ser rápido. Quanto mais cedo o paciente for tratado, menores as chances de sequelas permanentes. Em muitos casos, se o paciente chegar ao hospital dentro das primeiras 3 a 4,5 horas após o início dos sintomas, ele poderá receber um medicamento chamado tPA (trombolítico), que dissolve o coágulo e restaura o fluxo sanguíneo no cérebro.

Em situações mais graves, onde a medicação não é suficiente, um procedimento chamado trombectomia mecânica pode ser necessário. Esse procedimento envolve a inserção de um cateter em uma artéria do cérebro para remover o coágulo manualmente.

Além disso, os pacientes com AVC isquêmico precisam ser monitorados em UTI, pois nos primeiros dias após o AVC, o cérebro pode inchar, agravando os sintomas.


Reabilitação: a próxima etapa

Após a fase aguda, a reabilitação é fundamental para ajudar o paciente a recuperar suas funções. Isso pode envolver fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional, dependendo das áreas do cérebro afetadas. O objetivo da reabilitação é ajudar o paciente a recuperar o máximo possível de suas habilidades motoras e cognitivas.


Prevenção: Como evitar um novo AVC?

A prevenção de um novo AVC é essencial. Algumas medidas que podem ajudar incluem:

  • Controlar a pressão arterial e o colesterol

  • Tratar problemas cardíacos, como a fibrilação atrial

  • Parar de fumar

  • Manter uma dieta saudável e praticar exercícios físicos regularmente

  • Tomar medicamentos como antiagregantes plaquetários e estatinas se prescritos pelo médico

Esses cuidados podem fazer toda a diferença na prevenção de um novo AVC.


Conclusão

O AVC isquêmico é uma emergência médica que exige ação rápida. Reconhecer os sintomas e procurar ajuda imediata pode salvar vidas e reduzir o risco de sequelas graves. Além disso, mudanças no estilo de vida e o acompanhamento médico são essenciais para prevenir novos eventos e garantir uma recuperação plena.

Se você ou alguém que você conhece estiver em risco de AVC, não hesite em procurar orientação médica. O tratamento precoce é fundamental para preservar a saúde do cérebro.


Sou Dra. Ariely Teotonio Borges, médica neurologista, e trabalho junto com cada um dos meus pacientes, utilizando estratégias que os ajudem a melhorar sua rotina e qualidade de vida.



Referências:

 
 
 

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