Quais as chances de morrer de Alzheimer? Entenda os riscos
- Ariely Teotonio Borges

- 27 de ago.
- 3 min de leitura
“Alzheimer mata?”
“Dá para morrer de Alzheimer?”
“Quais as chances de um paciente com Alzheimer falecer por causa da doença?”
Essas são perguntas muito comuns entre familiares de pessoas com Doença de Alzheimer. E, embora o tema pareça pesado, entender como a doença evolui — e como ela pode, sim, levar à morte — é fundamental para o cuidado e planejamento da família.
Neste texto, você vai entender como o Alzheimer pode matar, quais são os riscos reais, como a doença evolui ao longo dos anos e o que é possível fazer para melhorar a qualidade de vida do paciente em cada fase.
Alzheimer é uma causa de morte?
Sim. O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva — ou seja, com o tempo, o cérebro vai perdendo funções essenciais para manter o corpo funcionando de forma adequada. Isso inclui memória, linguagem, raciocínio, coordenação motora e até funções vitais como mastigar, engolir e se movimentar.
Nos estágios avançados, o paciente pode:
Ter dificuldade para se alimentar e engolir
Ficar restrito ao leito
Ter maior risco de infecções, como pneumonias por aspiração
Desenvolver desnutrição e infecções urinárias frequentes
Perder o controle de funções básicas do corpo
Tudo isso aumenta o risco de morte. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o Alzheimer está entre as 10 principais causas de morte no mundo.
Quais as chances reais de morrer de Alzheimer?
Estudos mostram que:
Alzheimer é a 6ª principal causa de morte no Brasil (Ministério da Saúde, 2023)
Nos EUA, é a 5ª causa de morte em idosos acima de 65 anos (CDC)
Em média, de 1 a cada 3 idosos com Alzheimer morre por complicações relacionadas à doença
A expectativa de vida após o diagnóstico costuma variar de 4 a 10 anos, mas há casos em que o paciente vive mais de 15 anos, dependendo de fatores como idade, cuidados e comorbidades
Ou seja: o Alzheimer não mata diretamente como um infarto ou AVC, mas leva o corpo a um estado de fragilidade extrema, que favorece infecções e outras complicações fatais.
De que forma o Alzheimer leva à morte?
As principais causas de morte em pacientes com Alzheimer são:
Pneumonia por aspiração
Com a perda da coordenação para engolir, o alimento pode ir para o pulmão, gerando infecções graves.
Infecções recorrentes
Ficar acamado, usar fraldas e ter pouca mobilidade aumenta o risco de infecções urinárias e de pele.
Desnutrição e desidratação
A dificuldade para se alimentar e a perda de apetite em estágios avançados reduzem a imunidade e fragilizam o organismo.
Trombose e embolia pulmonar
Pacientes que passam muito tempo sem se mover têm maior risco de complicações vasculares graves.

O que pode ser feito?
Mesmo não havendo cura, com diagnóstico precoce, orientação da família e acompanhamento profissional, é possível:
Manter o paciente ativo e participativo por mais tempo
Estimular a alimentação, a mobilidade e a comunicação
Prevenir complicações comuns, como quedas e infecções
Planejar os cuidados para cada fase, de forma digna e amorosa
A evolução da doença pode ser mais lenta em quem tem suporte adequado, rotina organizada e acompanhamento de uma equipe de saúde.
Conclusão
Sim, o Alzheimer pode levar à morte.Mas a forma como cuidamos do paciente ao longo do caminho faz toda a diferença.Mais do que pensar apenas nas chances de morte, o mais importante é garantir qualidade de vida, dignidade e presença em cada etapa da jornada.
Sou Dra. Ariely Teotonio Borges, médica neurologista, e trabalho junto com cada um dos meus pacientes, utilizando estratégias que os ajudem a melhorar sua rotina e qualidade de vida.
Fontes:
Alzheimer’s Association – Alzheimer’s Disease Facts and Figures 2024
Centers for Disease Control and Prevention (CDC)
Organização Mundial da Saúde – Global Health Estimates
Ministério da Saúde – Informações de Mortalidade (2023)
National Institute on Aging (NIH) – End of Life Care for People with Dementia





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