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Esquecimento comum ou Alzheimer?

  • Foto do escritor: Ariely Teotonio Borges
    Ariely Teotonio Borges
  • 16 de abr.
  • 3 min de leitura

Esquecer onde deixou as chaves ou o nome daquele ator famoso acontece com todo mundo. Mas até que ponto isso é normal? E quando começa a ser sinal de algo mais sério, como a Doença de Alzheimer?

Essa dúvida é muito comum entre pacientes e familiares — e precisa ser esclarecida com calma, sem alarme, mas com atenção. Porque nem todo esquecimento é um problema neurológico, mas alguns esquecimentos, sim, merecem avaliação especializada.


Esquecer faz parte da vida

A memória humana é naturalmente seletiva. O estresse, a privação de sono, a sobrecarga de tarefas e até uma alimentação ruim podem prejudicar o nosso desempenho cognitivo no dia a dia. Isso pode gerar:

  • Dificuldade em lembrar compromissos ou tarefas rotineiras

  • Demorar para encontrar a palavra certa durante uma conversa

  • Entrar em um cômodo e esquecer o que ia fazer ali

  • Precisar rever um conteúdo várias vezes para fixar

Esses são esquecimentos benignos, geralmente pontuais, e que costumam melhorar quando o sono, a alimentação e o nível de estresse voltam ao normal.

Agora, quando o esquecimento começa a atrapalhar a rotina ou é percebido por outras pessoas com frequência, precisamos investigar com mais atenção.


⚠️ Quando o esquecimento deixa de ser normal?

A Doença de Alzheimer é uma condição neurodegenerativa que causa perdas progressivas de memória e de outras funções cognitivas. Os sinais de alerta mais comuns incluem:

  • Esquecer informações importantes de forma frequente (como datas, nomes de pessoas próximas, compromissos)

  • Repetir a mesma pergunta várias vezes, mesmo depois de respondida

  • Dificuldade para planejar ou resolver problemas simples (como pagar contas ou preparar uma receita conhecida)

  • Perder-se em lugares familiares

  • Trocar palavras ou inventar nomes ao conversar

  • Demonstrar desorientação no tempo (confundir manhã com noite, dias da semana ou estações)

  • Mostrar dificuldade para tomar decisões cotidianas

  • Apatia, irritabilidade ou mudanças de personalidade

Além da memória, a doença também pode comprometer a linguagem, a atenção, a capacidade de julgamento e até o comportamento.


Como diferenciar de forma segura?

Nem sempre é fácil perceber a diferença entre um esquecimento comum e um sinal precoce de Alzheimer — principalmente nos estágios iniciais. Por isso, o ideal é sempre fazer uma avaliação neurológica completa, que inclui:

  • Entrevista clínica detalhada

  • Aplicação de testes cognitivos (como o MoCA ou o Mini Exame do Estado Mental)

  • Avaliação do impacto funcional (como está o desempenho nas atividades de rotina)

  • Exames complementares, quando necessário (ressonância magnética, PET scan, exames laboratoriais, etc.)

O diagnóstico precoce é essencial para traçar estratégias de tratamento, acompanhamento e suporte familiar. Quanto mais cedo começamos a cuidar, melhor é a qualidade de vida no longo prazo.

esquecimento comum ou alzheimer

👩‍⚕️ Quando procurar ajuda?

Se você ou alguém da sua família está apresentando esquecimentos frequentes ou alterações cognitivas que começaram a impactar o dia a dia, não adie a consulta.

Na maioria das vezes, o problema tem solução ou controle. Pode ser um transtorno do sono, uma depressão mal diagnosticada, um déficit nutricional ou mesmo uma fase de estresse intenso. E se for Alzheimer, quanto antes soubermos, mais chances temos de preservar autonomia e planejamento para o futuro.


✅ Em resumo:

Esquecimento Comum

Alzheimer (sinais iniciais)

Esquece compromissos pontuais

Esquece informações importantes de forma recorrente

Lembra com ajuda ou pistas

Não lembra mesmo com ajuda

Não atrapalha a rotina

Impacta as tarefas do dia a dia

Percebe o esquecimento

Muitas vezes não percebe que está esquecendo

Está associado a estresse, cansaço ou distração

É progressivo e tende a piorar com o tempo


Sou Dra. Ariely Teotonio Borges, médica neurologista, e trabalho junto com cada um dos meus pacientes, utilizando estratégias que os ajudem a melhorar sua rotina e qualidade de vida.




📌 Fontes:

  • Alzheimer’s Association (www.alz.org)

  • National Institute on Aging – NIH (www.nia.nih.gov)

  • Mayo Clinic (www.mayoclinic.org)

  • Harvard Medical School – Health Publishing

  • Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG)

  • Alzheimer’s Disease International (ADI)

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