Entendendo a EPILEPSIA - o que todos devem saber
- Ariely Teotonio Borges
- 31 de ago. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 6 de set. de 2023
Um tema que muita gente tem dúvidas, mas poucos se sentem confortáveis para perguntar: a epilepsia.
Primeiro, vamos lá: o que é epilepsia? É um distúrbio neurológico que, infelizmente, vem acompanhado de muito estigma e discriminação. Isso é triste, porque muita gente que sofre com o problema evita buscar tratamento por medo ou vergonha. Por isso, preciso reforçar que essa é uma condição médica, como qualquer outra, e merece nossa atenção e cuidado.
O que acontece no cérebro?
Bom, imagine o cérebro como uma orquestra. Na epilepsia, alguns "instrumentos" (células cerebrais) começam a tocar fora do ritmo, causando uma série de sintomas. E esses sintomas variam. Podem ser desde pequenas alterações comportamentais como: alterações comportamentais, espasmos e convulsões.
E por que isso acontece?
Bem, as causas são várias. Pode ser uma irregularidade no cérebro, infecções cerebrais, lesões cerebrais, consumo excessivo de álcool e drogas e até mesmo genética.
Uma única convulsão, tipo aquelas por febre alta ou um trauma na cabeça, não te torna automaticamente uma pessoa com epilepsia.
Tipos de crises
Você já viu alguém tendo uma crise e ficou sem saber o que fazer? É comum, mas nós podemos aprender um pouco mais sobre os tipos para estarmos mais preparados.
Primeiro, há diferentes tipos de crises. Algumas são mais "discretas", com o indivíduo parecendo apenas "desconectado" do mundo. Outras são mais intensas, com movimentos bruscos e perda de consciência.
Crises focais - envolvem sensações atípicas como alterações de percepção, movimentos involuntários de alguma parte do corpo ou mudanças abruptas de emoção. Após essas crises, a pessoa pode apresentar confusão e lapsos de memória;
Crises de ausência - geralmente não têm manifestações motoras. O indivíduo pode parecer “desconectado” momentaneamente;
Crises tônico-clônicas - a pessoa perde a consciência e pode cair. O corpo se torna rígido e pode ocorrer tremor.
E qual o tratamento?
A maioria das pessoas com epilepsia é tratada com medicamentos, definido por um médico especialista na área. Há outros tratamentos também como cirurgia e terapia dietética.
Ah, uma curiosidade: sabia que em alguns casos, com o tratamento correto, a pessoa pode ficar anos sem ter crises? É como se a epilepsia "adormecesse". Para outros, o tratamento adequado proporciona uma melhora significativa na qualidade de vida, possibilitando que a maioria dos pacientes possa ter uma rotina saudável.
E se eu presenciar uma crise? O que fazer?
Primeiramente, mantenha a calma. Em seguida siga essas instruções:
Posicione a pessoa deitada e coloque algo macio embaixo da cabeça;
Retire objetos que podem feri-la (óculos, por exemplo) ou prejudicar sua respiração;
Espere a crise passar e assegure-se de que a pessoa recupere a consciência;
Verifique se a pessoa possui alguma identificação médica.
ATENÇÃO: Se a crise persistir por mais de 5 minutos, chame ajuda médica.
O que NÃO FAZER durante uma crise?
Não segure a pessoa nem tente interromper seus movimentos.
Não coloque nenhum objeto na boca de uma pessoa em crise, pois pode fazer com que ela se engasgue
Não tente fazer respiração boca a boca,
Não ofereça água ou comida a pessoa até que ela esteja totalmente alerta.
Conclusão
Pessoal, a epilepsia é um tema vasto e complexo, mas espero ter trazido um pouco de luz para vocês. A informação é a maior arma contra o preconceito. Se você, ou alguém que conhece, tem epilepsia, lembre-se de que o diagnóstico e tratamento adequados são fundamentais.
Sou Dra. Ariely Teotonio Borges, médica neurologista e trabalho juntamente com cada um dos meus pacientes, com estratégias que os ajudem a melhorar sua rotina de vida.
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