Dieta do Mediterrâneo e o Alzheimer
- Ariely Teotonio Borges
- 28 de fev. de 2024
- 2 min de leitura
A Doença de Alzheimer, uma forma devastadora de demência que afeta milhões ao redor do mundo, tem sido o foco de intensas pesquisas para entender como podemos preveni-la ou retardar seu avanço. Uma descoberta muito comentada nos últimos tempos é o papel potencial da Dieta do Mediterrâneo.
O Que É a Dieta do Mediterrâneo?
Trata-se de um padrão alimentar tradicionalmente seguido pelas populações das regiões ao redor do Mar Mediterrâneo. Esta dieta é caracterizada por:
Alto consumo de vegetais, frutas, legumes, nozes e grãos integrais;
Uso predominante de azeite de oliva como fonte de gordura;
Consumo moderado de peixes, frutos do mar e laticínios;
Baixo consumo de carnes vermelhas e processadas;
Ingestão moderada de vinho, geralmente durante as refeições.
Evidências Científicas Ligando a Dieta do Mediterrâneo à Prevenção da Doença de Alzheimer
Diversos estudos epidemiológicos e clínicos sugerem que a adesão à Dieta do Mediterrâneo está associada a um menor risco de desenvolver doenças neurodegenerativas, incluindo a Doença de Alzheimer. Esses estudos apontam para vários mecanismos pelos quais essa dieta pode exercer seus efeitos protetores:
Redução da Inflamação: A inflamação crônica é um fator conhecido que contribui para o desenvolvimento da Doença de Alzheimer. A dieta rica em antioxidantes e ácidos graxos monoinsaturados, como o azeite de oliva, pode ajudar a reduzir os níveis de inflamação no corpo.
Proteção contra o Estresse Oxidativo: Os componentes antioxidantes presentes em abundância na Dieta do Mediterrâneo, como vitaminas C e E, flavonoides e outros polifenóis, podem neutralizar os radicais livres, protegendo as células cerebrais dos danos oxidativos.
Melhoria da Saúde Vascular: A prevenção de doenças cardiovasculares e a melhoria da saúde vascular são benefícios bem documentados dessa dieta. Uma vez que a saúde vascular desempenha um papel crucial na função cerebral, melhorar a circulação sanguínea pode também diminuir o risco de demência.
Impacto no Metabolismo da Glicose: Estudos indicam que a Dieta do Mediterrâneo pode melhorar a sensibilidade à insulina e reduzir o risco de diabetes tipo 2, condições que estão ligadas ao aumento do risco de demência.
Nutrição Adequada: A adequada ingestão de nutrientes essenciais, como ácido fólico, magnésio, selênio e ácidos graxos ômega-3, suporta a função cerebral saudável e pode proteger contra o declínio cognitivo.
Considerações Práticas
Embora mais pesquisas sejam necessárias para entender completamente como a Dieta do Mediterrâneo beneficia a saúde cerebral e reduz o risco de Doença de Alzheimer, os dados atuais são encorajadores. Além disso, os benefícios gerais para a saúde de seguir tal padrão alimentar são amplos, incluindo melhor controle de peso, saúde cardiovascular e bem-estar geral.
Adotar a Dieta do Mediterrâneo pode ser uma estratégia valiosa e prazerosa para melhorar a saúde geral e, possivelmente, proteger contra a Doença de Alzheimer. Como sempre, é importante discutir quaisquer mudanças na dieta ou estilo de vida com um profissional de saúde, especialmente em contextos de condições pré-existentes ou uso de medicações.
No entanto, só dieta não resolve nada! A integração da Dieta do Mediterrâneo com outras práticas saudáveis de vida, como exercícios regulares, controle do estresse e manutenção de um peso corporal saudável, provavelmente pode maximizar seu potencial de prevenção de doenças e promover uma longevidade mais saudável e ativa.
Sou Dra. Ariely Teotonio Borges, médica neurologista e trabalho juntamente com cada um dos meus pacientes em busca do melhor tratamento que os ajudem a melhorar sua rotina e qualidade de vida.
Comentários