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Bebida interfere nos remédios de epilepsia?

  • Foto do escritor: Ariely Teotonio Borges
    Ariely Teotonio Borges
  • há 2 horas
  • 2 min de leitura

Pode parecer inofensivo, mas o consumo de álcool por quem tem epilepsia pode colocar todo o tratamento em risco. E não estamos falando apenas da interação com os remédios. O álcool altera o funcionamento do cérebro, interfere no sono, reduz o limiar para crises e ainda pode mascarar sintomas importantes.

Se você ou alguém próximo faz uso de anticonvulsivantes, preste atenção aos riscos a seguir.


O álcool pode:

1. Alterar o funcionamento dos medicamentos antiepilépticos

Alguns anticonvulsivantes interagem com o álcool no fígado, alterando a forma como o remédio é metabolizado. Isso pode:

  • Diminuir a eficácia da medicação, deixando o cérebro mais vulnerável a crises;

  • Aumentar o risco de efeitos colaterais, como sonolência, tontura, confusão mental e náuseas;

  • Potencializar a toxicidade de alguns remédios, como o valproato e a carbamazepina.

2. Reduzir o limiar para crises

Mesmo que o remédio esteja funcionando, o álcool por si só pode tornar o cérebro mais suscetível a uma crise. Ele desequilibra neurotransmissores, afeta o sono, altera eletrólitos e desregula a rotina — tudo o que um cérebro com epilepsia não precisa.

3. Confundir sintomas e mascarar sinais de alerta

Pessoas que bebem e têm crises podem demorar mais para perceber piora do quadro. Às vezes acham que estão apenas "mais lentas" por causa da bebida, quando na verdade estão tendo efeitos colaterais do remédio ou pródromos de uma nova crise.

4. Causar abstinência perigosa

Em quem tem epilepsia e consome álcool com frequência, parar de beber de forma abrupta pode desencadear crises severas devido à síndrome de abstinência alcoólica. Isso é especialmente perigoso e requer acompanhamento médico.

epilepsia e bebida alcoólica

Então, quem tem epilepsia pode beber?

A recomendação varia de caso para caso, mas em geral o consumo de álcool deve ser evitado ou, no mínimo, muito restrito. O mais importante é conversar com o neurologista e nunca fazer essa escolha sozinho.


Sou Dra. Ariely Teotonio Borges, médica neurologista, e trabalho junto com cada um dos meus pacientes, utilizando estratégias que os ajudem a melhorar sua rotina e qualidade de vida.



Fontes:

  1. Perucca, E. "Clinically relevant drug interactions with antiepileptic drugs." British Journal of Clinical Pharmacology, 2006.

  2. Glauser, T. A., et al. "Practice guideline update summary: Medical treatment of epilepsy in adults." Neurology, 2018.

  3. Epilepsy Foundation. “Alcohol and epilepsy.”

  4. National Institute for Health and Care Excellence (NICE) Guidelines for Epilepsy.

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Razão Social: ATB SERVICOS MEDICOS LTDA

Responsável Técnico:
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