AVC hemorrágico: sintomas, causas e Tratamento
- Ariely Teotonio Borges
- 18 de set. de 2024
- 4 min de leitura
O AVC hemorrágico é uma das formas mais graves de acidente vascular cerebral e ocorre quando um vaso sanguíneo no cérebro se rompe, provocando um sangramento dentro ou ao redor do tecido cerebral. Ao contrário do AVC isquêmico, que é causado por um bloqueio do fluxo sanguíneo, o AVC hemorrágico envolve o extravasamento de sangue, o que pode resultar em danos graves ao cérebro devido ao aumento da pressão intracraniana e à falta de oxigênio nas células cerebrais.
Embora menos comum que o AVC isquêmico, ele corresponde a cerca de 10 a 20% dos casos de AVC e requer atendimento médico imediato para minimizar as consequências. Vamos entender o que é o AVC hemorrágico, suas causas, sintomas e como é feito o tratamento.
Como ocorre o AVC hemorrágico?
O AVC hemorrágico ocorre quando um vaso sanguíneo cerebral se rompe, levando ao sangramento no cérebro. Esse tipo de acidente vascular cerebral pode ser desencadeado por várias razões, sendo a mais comum a hipertensão arterial descontrolada, que enfraquece as paredes das artérias. Outras causas incluem:
Aneurismas cerebrais: estruturas semelhantes a balões que se formam nas paredes das artérias, que podem se romper.
Malformações arteriovenosas (MAVs): defeitos congênitos que causam anomalias nos vasos sanguíneos, predispondo-os ao rompimento.
Traumatismo craniano: lesões graves na cabeça que podem levar ao rompimento de vasos sanguíneos.
Uso de anticoagulantes: medicamentos que afetam a coagulação do sangue podem aumentar o risco de hemorragia.
Distúrbios hemorrágicos: condições como a hemofilia podem reduzir a capacidade do sangue de coagular adequadamente, elevando o risco de hemorragias cerebrais.
Segundo a American Stroke Association, o controle inadequado da pressão arterial é a principal causa evitável do AVC hemorrágico.
Tipos de AVC hemorrágico
Existem dois tipos principais de AVC hemorrágico:
Hemorragia Intracerebral: ocorre quando um vaso sanguíneo dentro do cérebro se rompe, liberando sangue diretamente no tecido cerebral. A pressão alta é a principal causa, mas também pode ser desencadeada por traumas, infecções, ou malformações vasculares.
Hemorragia Subaracnoidea: ocorre quando um aneurisma cerebral se rompe e o sangue vaza para o espaço entre o cérebro e as membranas que o revestem (espaço subaracnoideo). Esse tipo de hemorragia frequentemente causa uma dor de cabeça muito intensa e repentina, e pode ser fatal se não tratada rapidamente.
Sintomas do AVC hemorrágico
Os sintomas de um AVC hemorrágico podem surgir de forma repentina e intensa, e variam de acordo com a localização e o tamanho da hemorragia. Os sinais mais comuns incluem:
Dor de cabeça súbita e severa: frequentemente descrita como a pior dor de cabeça que a pessoa já teve.
Fraqueza ou dormência em um lado do corpo.
Confusão mental e dificuldade de comunicação.
Perda de coordenação e equilíbrio.
Dificuldade para falar ou entender o que está sendo dito.
Convulsões.
Náusea e vômito.
Perda de consciência.
No caso de uma hemorragia subaracnoidea, a dor de cabeça costuma ser o primeiro sintoma, acompanhada de rigidez no pescoço e sensibilidade à luz.

Diagnóstico
Quando os sintomas de um AVC hemorrágico aparecem, é essencial buscar atendimento médico imediatamente. O diagnóstico rápido é fundamental para iniciar o tratamento e minimizar os danos ao cérebro. O diagnóstico geralmente envolve:
Tomografia Computadorizada (TC): exame de imagem utilizado para detectar a presença de sangue no cérebro.
Ressonância Magnética (RM): pode ser usada para obter imagens mais detalhadas, especialmente se o sangramento for em áreas mais profundas.
Angiografia Cerebral: exame que ajuda a identificar aneurismas ou malformações vasculares.
Punção Lombar: pode ser realizada quando há suspeita de hemorragia subaracnoidea, caso a tomografia não seja conclusiva.
Tratamento do AVC hemorrágico
O tratamento do AVC hemorrágico tem como objetivo controlar o sangramento, aliviar a pressão no cérebro e evitar complicações. O manejo inicial inclui cuidados intensivos para estabilizar o paciente, seguido de intervenções específicas:
Tratamento clínico: envolve o controle da pressão arterial e a administração de medicamentos para reverter os efeitos de anticoagulantes, se o paciente estiver usando esses medicamentos.
Controle da pressão intracraniana: em alguns casos, pode ser necessário remover o líquido cefalorraquidiano para reduzir a pressão no cérebro.
Tratamento cirúrgico: em casos de hemorragias graves, pode ser necessário realizar uma cirurgia para remover o sangue acumulado e aliviar a pressão no cérebro. Os tipos de cirurgia incluem:
Craniotomia: abertura do crânio para drenar o sangue e tratar aneurismas ou malformações vasculares.
Aspiração estereotática: procedimento minimamente invasivo guiado por imagem para remover coágulos em áreas profundas do cérebro.
Prevenção
A melhor forma de prevenir um AVC hemorrágico é adotar hábitos saudáveis e tratar condições médicas que aumentam o risco de hemorragias. Entre as principais medidas preventivas estão:
Controlar a pressão arterial: este é o fator mais importante na prevenção do AVC hemorrágico.
Parar de fumar e evitar o consumo excessivo de álcool.
Evitar drogas ilícitas, como cocaína e anfetaminas.
Fazer exames regulares: especialmente se você tiver histórico familiar de aneurismas ou malformações vasculares.
Considerações finais
O AVC hemorrágico é uma emergência médica que requer atendimento rápido e especializado. Embora seja uma condição grave, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem melhorar as chances de recuperação. Se você ou alguém próximo apresentar os sintomas de um AVC, procure atendimento médico imediatamente.
Lembre-se: a prevenção é o melhor caminho. Controlar fatores de risco, como a pressão arterial e o tabagismo, pode reduzir significativamente as chances de sofrer um AVC hemorrágico.
Sou Dra. Ariely Teotonio Borges, médica neurologista e trabalho junto com cada um dos meus pacientes, utilizando estratégias que os ajudem a melhorar sua rotina e qualidade de vida.
Referências: