Mal de Parkinson ou Doença de Parkinson?
- Ariely Teotonio Borges
- 4 de ago. de 2023
- 2 min de leitura
Há mais de dois séculos atrás, em 1817, o médico James Parkinson introduziu ao mundo médico o que chamou de "Mal de Parkinson". Este termo acompanhou a doença por muitas décadas, marcando a percepção e compreensão das pessoas em relação à condição. No entanto, nos últimos anos, há um movimento crescente para distanciar a doença do termo "mal", em um esforço para reduzir preconceitos e estigmas associados a ela.
Não se trata de uma "maldição" ou um "castigo" que alguém possa ser submetido, mas sim de uma condição médica crônica do sistema nervoso, semelhante a muitas outras doenças neurológicas. Utilizar a expressão "Doença de Parkinson" ao invés de "Mal de Parkinson" é um passo vital para promover uma visão mais humana e empática da doença, ajudando na construção de um cenário de conscientização e respeito aos portadores dessa condição.
Este ajuste na nomenclatura pode parecer pequeno, mas carrega um impacto significativo. Ao retirarmos a conotação negativa da "doença", estamos dando um passo em direção a uma sociedade mais compreensiva e consciente. Porém, sabemos que essa mudança pode levar tempo para ser totalmente absorvida pela população, e é justamente por isso que a educação e a conscientização são tão importantes.
A Doença de Parkinson é mais conhecida pelo sintoma visível de tremor nas mãos, porém, ela também apresenta uma série de outros sintomas que vão além da esfera motora. Entre estes estão a dor, a fadiga, a alteração no peso, o sono não reparador, a constipação, a diminuição do olfato e a dificuldade de concentração. O que poucos sabem é que esses sintomas não-motores podem surgir antes mesmo dos tremores, tornando a conscientização sobre a doença ainda mais crucial.
A busca por assistência médica especializada para avaliação e diagnóstico precoces da doença é de extrema importância. Quanto mais cedo a Doença de Parkinson for diagnosticada, melhor será o planejamento terapêutico e, consequentemente, a qualidade de vida do paciente. Ao conscientizarmos as pessoas sobre a realidade desta doença, estamos caminhando rumo a uma compreensão mais abrangente e uma assistência mais humanizada para quem vive com a Doença de Parkinson.
Sou Dra. Ariely Teotonio Borges, médica neurologista e trabalho juntamente com cada um dos meus pacientes, com estratégias que os ajudem a melhorar sua rotina de vida e minimizar sua necessidade de medicamentos.
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